quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Para ti

Que tantas vezes me falaste nos dias que já gastaste, com mais nostalgia no olhar que nas palavras.
Que tantas vezes me avisaste que a alegria de viver a tinhas perdido nos passos de um norte que não foi teu.
Que chamaste o castigo por não teres nas mãos juventude para oferecer, porque o cedo chegara já passava da hora.
Muitos são os que não sabem a cumplicidade de um silêncio partilhado, e, para isso não me faz falta fazer contas.Se as houvesse de fazer: de sumir banalidades, como a idade, de somar; afectos, de multiplicar, risos e segredos. Perdoa, mas as de dividir e subtrair, não as aprendi ainda.
Só quem tantas vezes olhou o ocaso consegue ver o poente...

6 Comments:

Blogger mfc said...

Lindamente escrito.
Fez-me bem ler estas palavras.

9:22 da tarde  
Blogger António said...

Olá!
Já tens aqui vários posts!
Mas usas uma linguagem muito hermética.
Porque não a abres mais para os textos serem mais compreensíveis?

Obrigado pela visita.
Já só faltam dois episódios...uff!!!

Beijinhos

6:11 da tarde  
Blogger Leonor C.. said...

Gostei da última frase.

Continue com esse estilo. Eu também o uso e gosto.

11:17 da tarde  
Blogger Leonor C.. said...

A vida também é feita de silêncios partilhados, sim. Gosto do seu modo de escrever. Continue. Eu uso um estilo semelhante.

11:19 da tarde  
Blogger Graca Neves - mgbon said...

os limites estão quase sempre para além da idade. pode-se sentir a vida inteira, assim como se pode sonhar e ter cumplicidades e sorrisos e ausências e amigos, até que a luz desapareça do nosso olhar.
cada vez gosto mais, quero mais, sou mais e tudo isso porque tenho também mais idade. mas é bom, muito bom, mesmo.

3:03 da tarde  
Blogger Graca Neves - mgbon said...

os limites estão quase sempre para além da idade. pode-se sentir a vida inteira, assim como se pode sonhar e ter cumplicidades e sorrisos e ausências e amigos, até que a luz desapareça do nosso olhar.
cada vez gosto mais, quero mais, sou mais e tudo isso porque tenho também mais idade. mas é bom, muito bom, mesmo.

3:04 da tarde  

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